terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Clichê

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Querendo ou não, todos nós somos levados a encontrar formas de expor nossas experiências, memórias e sentimentos. Fotografamos pra isso, escrevemos pra essa finalidade. Precisamos falar, jogar pra fora o que temos dentro da gente, e isso é incrível. 

As inúmeras possibilidades artísticas e formas que encontramos de nos comunicar me fascinam muito, e quase sempre me vejo perdido entre elas na tentativa de expor meus sentimentos.

Mas ainda que consigam criar uma máquina, um robô que recrie sentimentos físicos, pensamentos, e experiências aromáticas ou com centenas de técnicas sensoriais... nada se compara ao que temos dentro da nossa mente quando misturado ao coração. Quando nossas lembranças são totalmente interligadas ao que sentimos.

Ainda que eu tente explicar, escrever ou cantar, só eu sei o que eu senti. Só você sabe a forma como seu corpo se aqueceu ao sentir aquele toque, ao cruzar os olhares por aqueles segundos que pareciam tão eternos. O frio de pisar descalço no piso do quarto. O cheiro da rua, o calor daquele vento na sua pele. Os sons da casa vazia mas cheia de histórias... por mais que você tenha uma noção do que o outro sentiu através do que ele fala, ou escreve, ninguém vai ter AQUELE mesmo sentimento, nunca mais. Ele é presente, ele é um ponto no tempo, e não vai se repetir.

É clichê falar que devemos aproveitar cada momento. Mas alguns clichês não deixam de ser verdades importantes. Não desmereço a arte de se expôr sentimentos e experiências. Mas não acredito que possa existir algo que se compare a vivencia-los.

03 de Janeiro de 2017.

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