quinta-feira, 2 de março de 2017

simplificar a paixão



Não precisa negar, isso acontece com todo mundo: você está seguindo um rumo na vida, fazendo tudo o que já estava acostumado a fazer. Cheio de manias e jeitos que adquiriu com o tempo. Simplesmente não achava que alguma coisa tão diferente e linda fosse acontecer de repente ou que fosse mexer com sua cabeça do jeito que mexeu.
Quando de repente você cai em si e percebe que não consegue tirar aquele sorriso da cabeça. Toda vez que para pra pensar em alguma coisa se vê pensando nos detalhes do corpo, e nas nuances da alma. E não é só corpo, não é só o que se consegue ver, é o sentir, é o toque, é o olhar fundo e demorado. É tudo o que é, e é tudo o que pode ser. São as expectativas e as possibilidades.
A possibilidade de ter sempre, ter perto, de ter um ombro, de ser quem você é sem medo algum. Possibilidade de ser confidente, de pular sem medo, e de ouvir também, ouvir histórias, dúvidas, medos e desejos. É criar costumes juntos. No pequeno espaço de tempo em que se está junto, sentir como se tudo passasse mais devagar (um clichê que escutamos dos que se dizem apaixonados, e que nos faz pensar "ainda bem que os clichês me escolheram").
Mas a intensidade sempre gera dúvidas e incertezas do tipo "mas o que está acontecendo na verdade?" ou "quanto tempo vai durar?" ou ainda "será que deveríamos mesmo?" "isso que vivo, é bom ou não?". A verdade é que escolhemos não dar tanta importância pra tais dúvidas. E durante o caminho vamos encontrando as respostas de que precisamos dentro dos olhos daqueles pelos quais nos apaixonamos (talvez por isso olhamos tanto pro fundo deles quando sentimos a tal da paixão).
Mas precisamos deixar claro e aceitar que a paixão vai passar por testes. Ela vai ser bastante provada e as decepções são as maiores responsáveis por provar se os sentimentos que temos e que achamos tão bons têm força suficiente para crescer e se transformar em algo ainda mais resistente e duradouro.
Mas não precisamos perder a cabeça e não precisamos enxergar o outro como um inimigo só porque não aconteceu tudo aquilo que criamos na nossa mente. E todas as coisas boas que foram compartilhadas? E todos os momentos bons? São simplesmente apagados por causa de algumas decepções? Claro que não! E é a maturidade adquirida durante esse processo de testes que define o quão simples pode ser continuar vivendo. Sem prisões, sem ressentir nada, sem peso algum. Ser simples é uma dádiva, mas é também um exercício.
Arthur Henrique / 01 de Março de 2017

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Carta pra lembrar



Tenha foco! Tenha foco em ser quem você é. "Saiba refletir sobre o que as pessoas falam pra você. Acolha o que achas certo, agradeça, e deixar ir o que não lhe representa". Dentro de você sempre vai haver uma luz que te mostra por onde você tem que andar. Mas não se esqueça: nunca deixe de amar! Ame sempre! E a qualquer um que precise de amor, até mesmo aqueles que acham que não. AME!

E pode ser que no meio dessa caminhada você faça coisas não muito boas para alguém, talvez você possa até mesmo ferir alguém. É importante saber que não é tão fácil conquistar as pessoas quanto você pensa, e o contrário é bem mais fácil. Para magoar alguém às vezes é necessário uma só palavra ou uma atitude egoísta. Ainda assim, não deixe de amar!

Não se esqueça de que sempre haverá tempo pra crescer, pra ser melhor do que você foi ontem. Por isso procure ao máximo aprender com suas experiências, por mais doloridas que elas sejam. Saiba deixar pra trás algumas coisas da mala cheia, alguns sentimentos e até mesmo pessoas.

Você tem um mundo incrível pra desbravar e conhecer, tem muito trabalho pra fazer e, porque não, outras pessoas surpreendentes pra conhecer? Saiba agradecer pelas pessoas que passaram pela sua vida e que não mais estão do seu lado, seja grato também pelas que estão hoje contigo, e sempre aberto à outras que podem chegar.

Você ainda não está pronto. Você não parou de se transformar. Você ainda está crescendo.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Vai dar tudo certo



Como simplesmente deixar e esquecer alguém com quem se viveu experiências incríveis e que te faz recordar sensações impossíveis de se descrever em duas linhas? Não foi ilusão, mas é dor. Dói saber que não é exclusivo mas que é livre. Talvez o problema seja sempre procurar e revirar os sentimentos. Tentar viver de novo algo juntos, ou tentar refazer o que já se passou.

Mas agora é bem diferente. Os sentimentos se misturam entre amor, carinho, mas também raiva e decepção. Aquelas atitudes sempre jogadas na cara, e alguém que escolhe sofrer calado quando não se quer destruir algo que parecia tão bom. De ambos os lados. Tem a distância, tem os interesses distintos... mas ainda assim, parece que se encontrar é amnésia, é esquecer todas essas coisas pesadas, e apenas ser. Mas isso não importa mais. Não importa.

Pensar em toda a história, em todos os acontecimentos dessa novela faz a cabeça girar em torno de inúmeras conclusões. Aquele momento que a mente segue por um caminho mais curto e fácil e coração teima em ir pro caminho do "não, não foi um erro. Foram ótimas experiências". Mas o maior problema é sempre usar o que se viveu como comparação. O "nós" sempre serve como referência pra tentar seguir outro caminho com um outro alguém.

No fim, sabemos que amamos as experiências, o cuidado e o carinho. Hoje, a vontade é de estar perto. Viajar junto, passar horas e horas fazendo nada juntos. A vontade vigente é a de ligar um foda-se pra tudo e ficar junto. Mas a realidade é cruel, e corta bastante o peito. Todas as vezes. A realidade é que você é livre, você não pertence a mim, você tem suas pessoas, suas coisas, seu tempo. A realidade é que ainda há mágoa, e parece que o tempo não vai apagar isso. A realidade é que um nunca vai sentir o mesmo o outro e a distância (quando não há formas de diminuí-la tão facilmente) essa distância é um gelo, ela esfria qualquer coisa, e ela esfria a gente também.

O melhor é tentar continuar. Criar prioridades e tentar te tirar do meio delas. Tentar te tirar de vez delas (depois de tantas tentativas sem sucesso). Abrir o coração pra novas pessoas, novas experiências. Apesar de ter sido tudo tão especial tem gente que consegue terminar e seguir em frente. Vou me espelhar nessas pessoas que conseguem, e vou seguir também.

Então fica tranquilo. Vou me dar bem com meus sentimentos, vou tentar acalmá-los e colocar cada um no seu lugar. E não se preocupe comigo. Vai dar tudo certo.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017


Sem perceber criamos rotinas para os nossos dias. Não sabemos o que pode acontecer durante as nossas atividades diárias, mas normalmente fazemos as mesmas coisas ao dormir e quando acordamos. É uma espécie de ritual, pelo menos comigo é assim que funciona. Como sabia que hoje é um dia de significado, resolvi terminar a noite de ontem olhando para uma lua que brilhava muito forte no céu e simplesmente agradeci por poder ser o que sou, ter o que tenho, e estar onde estou.
Pela manhã me olhei no espelho e demorei um pouco mais. Cheguei mais perto. Falei comigo mesmo. Sei que ficamos mais velhos todos os dias, mas pelo menos uma vez no ano gosto de vislumbrar os detalhes, procurar me lembrar de como era meu rosto há um ano atrás ou o máximo que posso me recordar. Eu me achei mais bonito. Senti uma confiança que não sentia nem há um ano atrás.
Nesse processo que durou alguns minutos, também olhei bem fundo nos meus próprios olhos e procurei encontrar o que tenho bem guardado lá dentro da alma. Procurei me lembrar de momentos que me marcaram, e que me construíram. Sabe porque? Pois todos os dias muitas coisas passam pelos nossos olhos, mas poucas delas são capturadas pela nossa alma a ponto de permanecer lá dentro. Tais coisas precisam ser reconhecidas.
Quando percebo como o tempo passa eu sempre me pergunto se ainda há tempo de crescer, de conquistar coisas que eu planejei e chegar aos lugares que sempre sonhei. Como resposta sempre tenho o desejo de viver cada momento como se fosse o único necessário pra continuar. É claro que existe tempo.
Esse pensamento que cultivo me fez ter perspectivas e manias que quero sempre levar comigo: procurar o lado bom nas coisas que acontecem comigo e com as pessoas a minha volta, mesmo nas piores situações; sempre fazer amigos em todos os lugares, e sempre prezar pelo respeito ao outro; pedir perdão sempre que necessário, e perdoar sem medo, e sem reservas.
Vou expandir meus horizontes. Meus olhos estão mais treinados, minha visão está mais clara do que nunca. Esse é o auge dos meus tempos, porque esse é o agora. Vou mirar nos lugares que quero chegar. Vou agarrar tudo o que tiver ao meu alcance, e vou melhorar um dia após o outro.
Arthur Henrique, 13 de Janeiro de 2017.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Malas e vôos

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Quando as coisas passam, com elas o tempo vai sendo arrastado como uma mala que um homem leva pra um vôo atrasado, num aeroporto qualquer. E quando vemos esse homem correndo, é quando começamos a entender que nem tudo é pra ficar, mas que tem cosias que ficam sim, que precisamos ter ainda por mais tempo, talvez até o final.
Nossa missão é encontrar aquela sensibilidade de olhar pra dentro da mala cheia, difícil de fechar, e descobrir o que é pra se deixar e o que é pra levar.
Cada novo ano é um vôo para uma nova cidade, um novo destino onde aprendemos e adquirimos coisas que colocamos nas nossas malas, dentro do nosso tempo, do nosso ser.
Na minha mala decidi deixar as angustias passadas, os desentendimentos, os tristes momentos e o medo.
Resolvi levar os amores retribuídos, uma casa cheia de amigos e minha família, uma rede pra olhar o sol se pôr enquanto escrevo um verso de uma música nova. Vou levar os sentimentos dos pequenos momentos, daqueles quase sempre tão singelos, mas que alimentam o dia a dia da gente.
Vou levar gratidão, e um coração quente pra fazer o que sempre tive em mente, os meus propósitos presentes e aqueles que não posso esquecer.
São Paulo, 31 de Dezembro de 2016.

Clichê

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Querendo ou não, todos nós somos levados a encontrar formas de expor nossas experiências, memórias e sentimentos. Fotografamos pra isso, escrevemos pra essa finalidade. Precisamos falar, jogar pra fora o que temos dentro da gente, e isso é incrível. 

As inúmeras possibilidades artísticas e formas que encontramos de nos comunicar me fascinam muito, e quase sempre me vejo perdido entre elas na tentativa de expor meus sentimentos.

Mas ainda que consigam criar uma máquina, um robô que recrie sentimentos físicos, pensamentos, e experiências aromáticas ou com centenas de técnicas sensoriais... nada se compara ao que temos dentro da nossa mente quando misturado ao coração. Quando nossas lembranças são totalmente interligadas ao que sentimos.

Ainda que eu tente explicar, escrever ou cantar, só eu sei o que eu senti. Só você sabe a forma como seu corpo se aqueceu ao sentir aquele toque, ao cruzar os olhares por aqueles segundos que pareciam tão eternos. O frio de pisar descalço no piso do quarto. O cheiro da rua, o calor daquele vento na sua pele. Os sons da casa vazia mas cheia de histórias... por mais que você tenha uma noção do que o outro sentiu através do que ele fala, ou escreve, ninguém vai ter AQUELE mesmo sentimento, nunca mais. Ele é presente, ele é um ponto no tempo, e não vai se repetir.

É clichê falar que devemos aproveitar cada momento. Mas alguns clichês não deixam de ser verdades importantes. Não desmereço a arte de se expôr sentimentos e experiências. Mas não acredito que possa existir algo que se compare a vivencia-los.

03 de Janeiro de 2017.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Continuarei amando


Eu insisti, tentei, até te escrevi e cantei. Gritei seu nome aos travesseiros. Me desmontei pra você. Mas parece que tudo passou. Passou tão rápido quanto o vento, aquela brisa que vai, mas volta forte, tudo ao mesmo tempo.
No mesmo instante que se jogava tinha nos pés, por segurança, uma corda. Esse vai e volta não faz bem. Embrulha o estômago. Te faz refém do medo de chegar ao chão, de me encontrar e me dar a mão. Tem medo que eu te segure, medo do que pode acontecer. Medo que se misture o meu e o teu ser.
Mas descobri que odeio te amar. Odeio te amar quando você vem. Odeio te amar quando você vai. Do mesmo tanto, às vezes mais. Entendi que preciso esperar. Respirar e conseguir enxergar o meu redor e por dentro de mim. Saber onde estou, e se o que sou pode te segurar e te manter bem.
Porém, sinto que ainda haverá um dia em que te verei de perto, em que os olhos se encontrarão sem medo, sem cordas, sem peso. O encontro será explosão, vai fazer bem ao coração. Aos dois. E se não acontecer, continuarei amando.